Conforme mencionado no tópico “Economia
Criativa”, todo esse conceito é muito
recente. Não obstante, têm-se intensificado,
especialmente nos últimos dois anos, iniciativas
no sentido de fazer desenvolver as chamadas “Indústrias
Criativas”, “Indústrias Culturais”
e, num conceito mais amplo, a “Economia Criativa”.
Alguns eventos recentes indicam o crescimento de movimentos, publicações e atividades relacionadas à “Economia Criativa”. Citamos alguns exemplos:
Em 2001, a QUEENSLAND UNIVERSITY OF TECHNOLOGY em Brisbane, Austrália, lançou o primeiro curso de bacharelado em “Creative Industries” ou “Indústrias Criativas”, no mundo, tendo formado a primeira turma em 2004;
Em setembro de 2002, em St. Petersburgo, Rússia, é realizado o PRIMEIRO FÓRUM INTERNACIONAL DAS INDÚSTRIAS CRIATIVAS, organizado por diferentes governos, sobre o tema “Indústrias Criativas nas Cidades Modernas”;
Em junho de 2004 a XI UNCTAD, realizada em São Paulo, trouxe um workshop – “Workshop on Cultural Entrepreneurship on Criative Industries” e um painel – “High Level Panel on Creative Industries and Development” pela primeira vez ao Brasil;
Em abril de 2005, o Fórum Internacional das Indústrias Criativas, criado por governos de cerca de 20 países, realizado em Salvador, Bahia, definiu pela instalação do CENTRO INTERNACIONAL DAS INDÚSTRIAS CRIATIVAS naquela cidade. O Brasil elegeu o Projeto “Monumenta”, ligado ao Ministério da Cultura, que envolve a preservação de 82 cidades tombadas pelo Patrimônio Histórico e que conta com o apoio financeiro do BID, como o Projeto que representa, no Brasil, as “Indústrias Criativas”.
Em 21 de julho de 2005, a Revista Business Week criou o INNOVATION & DESIGN CHANNEL, dentro da sua revista online, com a finalidade de acompanhar os desenvolvimentos dentro da chamada “Economia Criativa”;
O título da capa da Revista Business Week de 1º. de agosto de 2005 foi “GET CREATIVE!”. Ao mesmo tempo em que anunciava a criação do referido canal, apresentava uma série de artigos e matérias de alta repercussão sobre o tema; Outras publicações nacionais desenvolveram matérias semelhantes;
Em 15 e 16 de novembro de 2005 é realizado, em Cingapura, o Fórum “BEYOND 2005”, apresentado em conjunto pela “Creative Industries Singapore”, uma Divisão do Ministério de Informação, Comunicações e Artes e pela “Global Brand Forum Pte Ltd.”, que também realiza o “Global Brand Forum”.
Em 1º. de dezembro de 2005 é realizada, pela primeira vez, em Shangai, a “SHANGHAI INTERNATIONAL CREATIVE INDUSTRY WEEK”, organizada por instituições ligadas à Propriedade Intelectual, Cultura e “Broadcast”, Comissão de Economia e Comitês da Ciência e Tecnologia, da Construção e da Educação.
A UNIVERSIDADE DE GLAMORGAN, no Reino Unido, anuncia para 2007 a instalação de cursos graduação em “Indústrias Criativas e Culturais”. A menção a Indústrias Criativas e Culturais foi providencial e de certa forma contribui para eliminar a interpretação comumente dada de que a expressão “Indústrias Criativas” envolve apenas a Área Cultural.
A “Economia do Conhecimento”, tal e qual nós a identificamos, está sendo deixada de lado por algo novo – a “Economia da Criatividade”. Enquanto legisladores e autoridades no assunto oferecem resistência sobre a terceirização de serviços de engenharia, programação de software, contabilidade e uma miríade de outros serviços de alto padrão e alta tecnologia – sem mencionar a transferência da atividade de produção para a Ásia – companhias norte-americanas estão evoluindo ao próximo nível da atividade econômica.
O que era anteriormente central para as empresas – preço, qualidade e muito do chamado lado esquerdo do cérebro, trabalho analítico de digitação associado com conhecimento – está sendo rapidamente transferido para mão-de-obra menor remunerada e altamente treinada de chineses, indianos, bem como húngaros, tchecos e russos. Cada vez mais a nova competência central é a criatividade – o lado direito do cérebro que empresas inteligentes estão agora incentivando para gerar crescimento acelerado. O jogo está mudando. Não é mais centrado apenas em matemática e ciências. É centrado em criatividade, imaginação e, acima de tudo, em inovação.
Para gerentes, o maior desafio pode ser o de promover o salto da sua habilidade de processo “Six Sigma” para novas maneiras de pensar. Para corporações, sua transformação requer novos parâmetros de valores e princípios organizacionais. Você já ouviu falar de estratégia de design? Será provavelmente a nova grande descoberta após o “Six Sigma”. O que dizer da Inovação Centrada no Consumidor? Pode ser o caminho mais poderoso para incrementar a taxa de sucesso em inovação nas empresas. Você sabe que tipo de medição de inovação a sua empresa necessita? Você já ouviu falar de CENCOR (calibrar, explorar, criar, organizar e realizar). É o dogma pós-Six Sigma que a GE está disseminando amplamente junto aos seus gerentes. As escolas de negócios (“B-School”) estão no topo desta mudança? Não obrigatoriamente, mas a Universidade de Stanford está dando início ao que chamou de “D-School” – uma escola de design onde gerentes podem aprender a dinâmica da inovação. Ensinar elefantes a dançar nunca é fácil, mas esta é a tarefa a ser enfrentada se você quiser que a sua companhia – e a sua carreira – prosperem.
By Bruce Nussbaum with Robert Berner
in Chicago and Diane Brady in New York,
Business Week, August 1st, 2005
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